segunda-feira, 5 de março de 2012

ESPÓLIOS DO "ANTI-CLÍMAX"...

Em agosto de 2011 foi lançada (também como zine) a 1° edição do primeiro livro deste autor que vos fala, intitulado o “Livro do Anti-Clímax”. Vinha todo montado artesanalmente e distribuído de mão em mão, com poemas, microcontos, demais textos curtos, algumas ilustrações e quadrinhos. O que ocorre é que durante a montagem, entre escolher um texto e outro, alguns que tinham a ver com a proposta ou temática central do livro ficaram de fora. Pensei que talvez fosse interessante dispô-los por aqui e... só.


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Liguei pra Rocambola às 4
da manhã:
- vem aqui em casa pra eu
te comer, a gente se lamber
e brincar com o chantilly...
- e?...
- depois eu te faço aquele
macarrão com legumes
que você tanto gosta.

*  *  *  *

Do meu primeiro amor
eu lembro que iria amá-la para sempre.
lembro que um dia ela também me amou.
lembro que nós nunca ficamos juntos.
lembro que ela foi embora e se casou com outro,
e lembro, principalmente, que ela
nunca gostou de cebola
(nem mesmo refogadinha
ou bem cozidinha, assim,
de jeito nenhum.)

NOTAS PALMACÉTICAS... ISSO, DE PALMAS, COM PALMAS E POR PALMAS...

POEMINHA DE INVERNO
( OU DE QUITINETE SEM FORRO)


Ontem, aquele frio
todinho: "20 graus lá fora..."


Dininha nem aí pra mim
e do meu lado

uma crise existencial
pra me esquentar.

*  *  *  *  *

ela na 106 sul
eu na 108 norte

a desejando sem fim
na dízima periódica
das rotatórias

*  *  *  *  *

como a poesia se dá na capital tocantinense?
2 – 4 – 6 – 8 – 10 – 12 – 14
alameda a alameda
transversalmente:
sentimentalmatematicamente.
 


TEXTOS DO EXÍLIO...

O poema sobreviverá às tempestades, aos naufrágios, às variações
da bolsa? Sobreviverá às especulações imobiliárias, às traduções equivocadas, 
a velha e má conservação? Sobreviverá aos escândalos, às descobertas,
aos retrocessos, a simples, porém inexorável passagem do tempo?
 
E mais do que tudo isso, sobreviverá o poema às “transformações”da língua?

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* duas fotos desfocadas;
* ingressos do filme que não viram;
* uma embalagem de sonho de valsa;
* uma flor no meio da agenda;
* um trecho de bandeira escrito na parede;
* um CD ralado na faixa predileta, e
   um cartão-postal por enviar:


como pensar em romance
sem quinquilharias?

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