o poema segue seu curso,
sua via normal...
de repente, num facho de luz
um acidente:
tropeçamos em meio às letras...
ralamos a perna
ganhamos um dente.
* * * *
POEMA DE GENTE VELHA
na minha vida, até o momento,
onde passei derrubei cânones,
fiz muitos filhos, escrevi livros,
só não ouvi ainda a obra
completa dos Rolling Stones.
* * * *
MOBILIDADE MELANCÓLICA OU
MAIS UM POEMA DE GENTE VELHA
Estive tão sozinho
que chegava a doer.
Saí de casa, fui tentar
ver gente
(...)
doeram as pernas.
* * * *
AUTO ERRÁTICU
excede,
diz: "gasta"
precede,
diz: "graça"
* * * *
meu corpo,
ora fechado,
ora intransponível
pelo cadeado da incerteza
- após tudo -
sente-se agora
solto e liberado
(bem flexível)
pra duvidar ainda
com mais certeza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário