segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TEXTOS DO DIA DE ONTEM

o poema segue seu curso,
sua via normal...
de repente, num facho de luz
um acidente:
tropeçamos em meio às letras...
ralamos a perna
ganhamos um dente.

*  *  *  *

POEMA DE GENTE VELHA

na minha vida, até o momento,
onde passei derrubei cânones,
fiz muitos filhos, escrevi livros,

só não ouvi ainda a obra 
completa dos Rolling Stones.

*  *  *  *

MOBILIDADE MELANCÓLICA OU 
MAIS UM POEMA DE GENTE VELHA

Estive tão sozinho
que chegava a doer.
Saí de casa, fui tentar 
ver gente
(...)
doeram as pernas.

*  *  *  *

AUTO ERRÁTICU

excede,
diz: "gasta"
precede,
diz: "graça"

*  *  *  *

meu corpo,
ora fechado, 
ora intransponível
pelo cadeado da incerteza
- após tudo -

sente-se agora
solto e liberado
(bem flexível)
pra duvidar ainda
com mais certeza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário